sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O tempo e as perdas

Categoria: Reflexões 

    Nascemos sozinhos, mas logo depois somos plural com nossa família. Pai, Mãe, as vezes um irmão, uma irmã, enfim, passamos a fazer parte de um círculo de pessoas. Deixamos de ser singular. Convivência, amor, carinho, risos, momentos, fazem com que criemos um vínculo totalmente amoroso com os demais próximos.
     Passamos a notar o bem e a importância que o outro faz em nossa vida. Passamos a apreciar, venerar e adorar o outro, acostumando-se. Dessa forma, nesse ciclo, o tempo aparece. O tempo surge pra trazer coisas boas e coisas ruins, pra criar sorrisos, e destruí-los. O tempo é o único capaz de tornar o que era plural, singular de novo. Ele tira de uma hora pra outra as pessoas do nosso ciclo e  o desmancha aos poucos. O tempo faz com que nós não estejamos preparados para as perdas. Assim, ao perdermos importantes pessoas, perdemos o chão, um abrigo, um porto-seguro. Até que depois de grandes perdas o tempo reaparece e faz com que nós aceitemos as perdas, e possamos nos acostumar relativamente com elas, na certeza de que a saudade de momentos bons farão com que as pessoas que partiram sobrevivam no nosso coração e na nossa mente. O tempo enfim, não poderá mais intervir, já que a saudade é um sentimento imune às reviravoltas dele.
  Assim, a vida não está em sintonia com o tempo, pois, se estivesse, estaríamos todos preparados para as perdas.

Luiz F.

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